terça-feira, 20 de março de 2012


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS LINGUAGENS.
Turma: B
Aluna: Luciene Paula de Almeida
Resenha crítica do livro: Educação Infantil e registro de práticas. LOPES. Amanda Cristina Teagno, 2009.

A Autora Amanda Cristina Teagno Lopes, na obra Educação Infantil e registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009, aborda a relevância do registro na prática do professor, tendo em vista que a criança é produtora de conhecimento, um ser ativo no processo de aprendizagem, sujeito que deixa marcas, inserida num espaço de encontro de gerações, entre conhecimentos, entre pessoas que constroem sua história, um espaço reflexivo com um professor pesquisador, sujeito da sua ação.   
Registrar a própria prática é conferir significado a sua atividade, por meio dele o professor mostra-se autor da sua prática, produtor de saberes, construtor de história. A reconstrução do saber docente possibilita ressignificar sua experiência, pensar sobre sua ação a fim de aprimorá-la.
Por meio da narrativa o professor constrói sua própria teoria, embasado na reflexão de sua prática e na atribuição de sentido às suas ações, onde se entrelaçam teoria e prática, concepção e execução, planejamento e atuação. Ele se torna protagonista de sua ação buscando subsídios que fomentem sua forma de agir e pensar, portador de saberes e fazeres, dessa forma, a reprodução logo cede lugar à criação.
Madalena Freire (1996) considera que o registro é um instrumento metodológico ao lado do planejamento, da observação e da avaliação, o registrar da ação cotidiana significa a oportunidade do professor relatar/narrar suas experiências.
Registro como meio e fim, processo e produto, meio de reflexão, pensamento, avaliação da ação, documento, história, conhecimento.
A criança como produtora de registros, construtora de cultura e de sua história expressa juntamente com a narrativa do professor seus pensamentos e hipóteses.
Kramer (1994) exemplifica que ser criança é ser autor, dizer a própria palavra, cunhar nela a marca pessoal, é resgatar a possibilidade de “ser humano” é produzir com e para o outro.
O professor quando acredita no potencial das crianças, organiza situações onde elas podem expressar seus pensamentos, registrar suas descobertas, produzir marcas de acordo com seus conhecimentos sobre o código naquele momento, o registro insere-se em um contexto de leitura da realidade, leitura pessoal, subjetiva, que pode assumir diferentes formas.
Dentre as várias formas de registros, temos os registros formais como diário de classe, ata de reunião, livro de registro coletivo, entre outros, que possibilite que a prática do professor esteja em evidência e seja transformada em objeto de reflexão e de estudo.
O registro diário se caracteriza por apontamentos diários que o professor relata, considerando as atividades, as crianças e sua própria atuação. Reflete, investiga, observa, conclui, relata após sua ação como um momento de introspecção e avaliação. Por meio dos seus planos de ensino, o professor desenvolve uma ação pedagógica de boa qualidade, organizando de forma sistemática a organização de encaminhamentos necessários à concretização das metas previstas.
No portfólio de projetos há a presença de narrativas de situações, fatos e acontecimentos. Predomina a memória pedagógica da escola, do grupo e do professor, nele o professor mostra-se autor de sua prática construindo a memória do grupo.
No registro produzido pelas crianças, evidencia-se a concepção de educação, de criança, de educador que caminha no sentido de autoria, da autonomia e da reflexão, num processo de busca e transformação.
Dessa forma o professor de educação infantil além de cuidar e educar observa as crianças, constrói práticas, cria e recria, produz marcas. Enquanto agente de sua prática, as formas de registro utilizadas expressam um instrumento favorável à reflexão, à investigação, a produção de conhecimentos, à sistematização e divulgação de saberes, à construção de memória e de história, à autoria do processo educativo. Registrar é, portanto, uma prática pedagógica complexa, em um processo de construção, onde as crianças são agentes participativos do processo de reconstrução de uma identidade pessoal.   

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