CURSO DE
PÓS-GRADUAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS LINGUAGENS.
Turma: B
Aluna: Luciene Paula de Almeida
Resenha crítica do livro: Educação Infantil e registro de
práticas. LOPES. Amanda Cristina Teagno, 2009.
A Autora Amanda Cristina Teagno Lopes, na obra Educação Infantil e
registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009, aborda a relevância do registro
na prática do professor, tendo em vista que a criança é produtora de
conhecimento, um ser ativo no processo de aprendizagem, sujeito que deixa
marcas, inserida num espaço de encontro de gerações, entre conhecimentos, entre
pessoas que constroem sua história, um espaço reflexivo com um professor
pesquisador, sujeito da sua ação.
Registrar a própria prática é conferir significado a sua atividade, por
meio dele o professor mostra-se autor da sua prática, produtor de saberes,
construtor de história. A reconstrução do saber docente possibilita ressignificar
sua experiência, pensar sobre sua ação a fim de aprimorá-la.
Por meio da narrativa o professor constrói sua própria teoria, embasado
na reflexão de sua prática e na atribuição de sentido às suas ações, onde se
entrelaçam teoria e prática, concepção e execução, planejamento e atuação. Ele
se torna protagonista de sua ação buscando subsídios que fomentem sua forma de
agir e pensar, portador de saberes e fazeres, dessa forma, a reprodução logo
cede lugar à criação.
Madalena Freire (1996) considera que o registro é um instrumento
metodológico ao lado do planejamento, da observação e da avaliação, o registrar
da ação cotidiana significa a oportunidade do professor relatar/narrar suas
experiências.
Registro como meio e fim, processo e produto, meio de reflexão,
pensamento, avaliação da ação, documento, história, conhecimento.
A criança como produtora de registros, construtora de cultura e de sua
história expressa juntamente com a narrativa do professor seus pensamentos e
hipóteses.
Kramer (1994) exemplifica que ser criança é ser autor, dizer a própria
palavra, cunhar nela a marca pessoal, é resgatar a possibilidade de “ser
humano” é produzir com e para o outro.
O professor quando acredita no potencial das crianças, organiza
situações onde elas podem expressar seus pensamentos, registrar suas
descobertas, produzir marcas de acordo com seus conhecimentos sobre o código
naquele momento, o registro insere-se em um contexto de leitura da realidade,
leitura pessoal, subjetiva, que pode assumir diferentes formas.
Dentre as várias formas de registros, temos os registros formais como
diário de classe, ata de reunião, livro de registro coletivo, entre outros, que
possibilite que a prática do professor esteja em evidência e seja transformada
em objeto de reflexão e de estudo.
O registro diário se caracteriza por apontamentos diários que o
professor relata, considerando as atividades, as crianças e sua própria
atuação. Reflete, investiga, observa, conclui, relata após sua ação como um
momento de introspecção e avaliação. Por meio dos seus planos de ensino, o
professor desenvolve uma ação pedagógica de boa qualidade, organizando de forma
sistemática a organização de encaminhamentos necessários à concretização das
metas previstas.
No portfólio de projetos há a presença de narrativas de situações, fatos
e acontecimentos. Predomina a memória pedagógica da escola, do grupo e do
professor, nele o professor mostra-se autor de sua prática construindo a
memória do grupo.
No registro produzido pelas crianças, evidencia-se a concepção de
educação, de criança, de educador que caminha no sentido de autoria, da
autonomia e da reflexão, num processo de busca e transformação.
Dessa forma o professor de educação infantil além de cuidar e educar
observa as crianças, constrói práticas, cria e recria, produz marcas. Enquanto
agente de sua prática, as formas de registro utilizadas expressam um
instrumento favorável à reflexão, à investigação, a produção de conhecimentos,
à sistematização e divulgação de saberes, à construção de memória e de
história, à autoria do processo educativo. Registrar é, portanto, uma prática
pedagógica complexa, em um processo de construção, onde as crianças são agentes
participativos do processo de reconstrução de uma identidade pessoal.
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